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Noticias verdadeiras (ou não) do dia-a-dia que retratam uma fatalidade mas não deixam de ser engraçadas para quem lê.

segunda-feira, maio 19, 2003

PM 'cabeça-dura' toma tiro na testa. Sai vivo e lúcido

Sérgio Moreira dos Santos foi baleado por um vigia durante uma ocorrência. E lembra até do cano cuspindo fogo

A Polícia Militar de São Paulo pode afirmar que, entre seus homens, há um verdadeiro testa-de-ferro: o soldado Sérgio Moreira dos Santos, de 43 anos. Na madrugada de sábado, ao averiguar uma suspeita de roubo numa subestação da Eletropaulo da zona norte, ele foi atingido na testa por um tiro de revólver calibre 38, disparado a 1,5 metro de distância. Chegou a ver o tambor da arma girar e o cano cuspir pólvora em sua direção. Segundos depois, porém, Moreira continuava vivo e consciente.

Por um motivo desconhecido, a bala sequer perfurou-lhe o crânio.

"Coloquei a mão na testa e senti a bala presa na pele", disse o soldado.

Desde a noite de sábado, ele e dois colegas resguardavam uma perua roubada resgatada depois de uma perseguição, na Avenida Deputado Cantidio Sampaio, bairro Parque Tietê, a 30 metros da subestação. À 1h, foram atender a um pedido do técnico da Eletropaulo Ubirajara Tomaz Junior - ao chegar para efetuar um conserto na estação, ele achou estranho encontrar a porta aberta e uma luz acesa. Quando os quatro entraram na unidade, foram recebidos a tiros.

Quem abriu fogo não era um ladrão, mas o vigia Eduardo Dameo. Como guardava a estação há um pouco menos deu um mês, ninguém - nem mesmo o técnico -, sabia de sua presença. Assim como os policiais, ele também pensara estar frente a frente com bandidos. Entre a escuridão, percebeu a entrada de quatro indivíduos, apontou a arma e efetuou dois disparos. Um deles atingiu de raspão o nariz do técnico da Eletropaulo; o outro acertou o policial.

"Você não imagina que o que é sentir aquele banho de pólvora na sua cara depois do estampido", disse o soldado. Ele acha que a origem de tanta sorte pode estar relacionada à numerologia. "Estou há 18 anos trabalhando no 18º Batalhão, e hoje (ontem) é dia 18." Uma hora e meia depois do tiro, com apenas um curativo na testa e as calças sujas de sangue, ele ria com os colegas. "Essa é a primeira vez que fiquei contente por ele ser cabeça-dura", disse o sargento Edson Amorim, chefe de Moreira.

Apesar de não ter sofrido maiores ferimentos, o policial Moreira foi para o Hospital da Polícia Militar para ficar em observação. Já o vigia Eduardo Amadeo, depois de ser rendido pelos policiais na estação, foi levado ao 72º DP (Parque Tietê). Como possui registro do revólver, vai responder em liberdade por lesão corporal dolosa.

LEANDRO NARLOCH Jornal da Tarde

fonte:http://www.jt.estadao.com.br/editorias/2003/05/19/ger017.html
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